A teoria musical é racista? 3 razões pra entender por que 2020 entrará pra história da Música

2020 é o ano de fogo nos parquinhos, inclusive em parquinhos que eram conhecidos por ser bem calminhos, com crianças limpinhas, educadas e cheirando a talco. O campo do estudo de Música, que não é conhecido pelas tretas do tipo “dedo na cara e gritaria” teve um 2020 bem diferente dos anos anteriores e essa história toda começa com a publicação de um único artigo que chacoalhou o campo da teoria musical.

O Prof. Dr. Phillip Ewell é o autor do artigo-bomba

O artigo de Phillip Ewell, professor de teoria musical da Universidade da Cidade de Nova York, tem como título Teoria musical e enquadramento racial branco foi publicado em julho de 2019. A publicação não teve uma super repercussão, até porque não são tantas pessoas que têm o hábito de ler longos e complicados artigos científicos, mas, fez com que ele fosse chamado para dar uma palestra sobre o assunto no Encontro Anual da Sociedade de Teoria Musical nos EUA. Esses encontros acadêmicos também não são frequentados por tanta gente assim, mas esse evento teve o cuidado de filmar a palestra e ela foi publicada na internet. Aí é que a faísca foi se tornando um fogo mais respeitável. Se você se vira no inglês, pode assistir aqui embaixo, mas, infelizmente, não tem legenda. Se não se vira no inglês, pode assistir a “mesma” palestra sendo apresentada em evento do curso de Música da Unirio, com auxílio de um tradutor.

E o que esse artigo fala de tão bombástico? Basicamente, o Prof. Ewell chama a atenção para “coincidências” que são pouco faladas: primeiro que as pessoas da área de Teoria Musical dos EUA (que era exatamente a plateia pra quem ele estava falando e as pessoas que promovem as discussões mais avançadas e “ditam tendências” em teoria musical no país) são, na sua enorme maioria brancas, segundo os dados da própria associação. 84% dos membros da associação eram brancos e, entre esses membros, 94% é de professores (o cargo com maior status). E isso em uma área (Música) que tem uma grande participação de asiáticos estudando nos EUA e em um país em que 13% da população é negra.

O que o prof. Ewell fez foi tentar entender por que é que, em um país no qual a maioria branca nunca esteve tão próxima de ser oficialmente minoria, se tem uma participação tão desproporcional de brancos na subárea de Teoria Musical (a área é Música) se a participação de não brancos tem crescido consideravelmente em outras subáreas (educação musical, musicologia, história da música, etc.)? Então Ewell pegou os 7 livros de teoria musical mais citados por seus colegas da subárea de Teoria Musical e leu todos. Fazendo isso, ele percebeu que, de todos os 2.930 exemplos de música citados nos livros (sim, todo bom livro de teoria musical traz vários exemplos de músicas pra ilustrar o que está explicando), apenas 1,67% eram de músicas compostas por não-brancos e. claro, raramente um exemplo que não era da música clássica europeia.

E, chegando nesses números, o Prof. Ewell levantou a pergunta: a teoria musical que nós aprendemos nas escolas, conservatórios e universidades é feita exclusivamente de músicas de brancos porque os professores que ensinam essa teoria são brancos ou os professores que ensinam essa teoria são brancos porque a teoria que ensinam é branca?

Leitor do Música pra Curiosos não entendendo nada.

Deixa eu explicar melhor: A música clássica europeia (Beethoven, Mozart, Chopin,…) é um tipo de música no qual a enorme maioria do público é de pessoas brancas. Os compositores tocados nesses concertos de música clássica são brancos (e geralmente, alemães, como eu já falei com mais detalhes aqui). Daí, é essa música ouvida e composta por brancos que é usada como referência pra ensinar “as regras de teoria musical” para alunos e alunas de música. Então, pela lógica, é claro que aqueles que tem mais intimidade com esse tipo de repertório é que vão ter vantagem na subárea de Teoria Musical. E, por consequência, os professores e professoras de Teoria Musical tendem a ser em sua enorme maioria brancos.

Pra piorar, o Prof. Ewell ousou questionar as razões pra se cultuar o nome mais conhecido e celebrado da Teoria Musical, o austríaco Henrich Schenker (1868-1935). Schenker é tão influente que possui até uma escola de análise musical batizada com seu nome (análise schenkeriana) e, em seus escritos, nunca escondeu seu racismo. Apontava para a música dos negros como algo menor e dizia que o jazz e os negro spiritual eram “apropriações completamente falsificadas e desonestas da música europeia”, entre outras várias que Ewell cita no vídeo. Imagina que uma boa parte daquela plateia usa a análise schenkeriana como modelo de boa análise (obviamente, há muitos outros modelos de análise musical, os schenkerianos não são assim tão hegemônicos) e imagina como isso bateu naquela galera.

O teórico Henrich Schenker

Quer saber como é que isso virou uma verdadeira bomba na área de Música? Então eu te trago aqui 3 momentos dessa história pra você ter uma noção do impacto dessa treta toda.

Um jornal acadêmico investigado por racismo

Lembra que eu falei que existe um tipo de análise musical chamado análise schenkeriana? Pois é. Existe até uma revista específica só pra publicar artigos de pessoas que trabalham com esse tipo de análise, a Revista de Estudos Schenkerianos (Journal of Schenkerian Studies). E claro que o pessoal que trabalha com esse tipo de análise não ficou lá muito feliz ao saber que, não só seu mentor, mas todo o seu trabalho de análise foi identificado como parte do problema da baixa participação de não-brancos e de racismo na teoria musical.

O que que eles fizeram? Bom, primeiro, se você nunca publicou um texto seu em uma revista acadêmica, provavelmente não sabe que é um dos espaços mais difíceis de se publicar e, quanto mais difícil, mais valorizada a revista é. Geralmente, você manda o seu texto pra revista e o editor da revista manda esse texto pra outros dois autores da mesma área de estudos que vão avaliar se é um texto bem escrito, com uma pesquisa com resultados confiáveis e se você mostra no texto que sabe quais foram os outros trabalhos que já falaram sobre o que você está falando e o que o seu trabalho traz de novo. Isso, claro sem citar seu nome pra não influenciar a decisão desses avaliadores. Depois de aprovado por pelo menos dois autores, o texto é publicado com o seu nome como autor/a (a esse processo todo, nós damos o nome de “revisão por pares”, ou seja, artigos avaliados por outros pesquisadores antes de serem publicados).

E, quando está publicado, todos podem ler e é como se você convidasse todo mundo pra criticar o seu trabalho. Qualquer pessoa pode escrever um artigo discordando do seu trabalho mostrando “furos” na sua pesquisa e, claro, você pode também publicar respostas à resposta de quem te criticou. Assim que o meio acadêmico funciona. Estar no meio acadêmico é estar no meio de fogo cruzado pronto pra receber críticas e tendo que lidar com isso teoricamente, sem ofensas nem dedo no olho.

Mas não foi bem isso que a revista de estudos schenkerianos fez. A revista convidou vários teóricos renomados da análise schenkeriana (entre eles, alguns que eram editores da própria revista, o que não pega muito bem) para escreverem artigos em resposta à palestra do Prof. Ewell e 15 aceitaram o convite. O resultado foi essa revista aqui, (que, por alguma razão, você não consegue encontrar no site da revista) na qual apenas as respostas a Ewell não passaram por revisão entre pares.

A revista foi “publicada” em julho de 2020 e traz os 15 artigos em resposta a Ewell. Desses 15 artigos, 14 são assinados pelos autores e autoras e um é anônimo(!!!!). Sim. Uma revista acadêmica (não um jornal, nem um blog) aceitou publicar um artigo anônimo. Se você não é do meio acadêmico, provavelmente não vou conseguir te explicar o quão “feio” (pra não dizer anti-ético) é publicar um artigo no qual o/a autor/a não pode ser responsabilizado pelo que disse. Eu nunca vi isso na minha vida toda e nem ouvi falar.

E sabe o que mais? Como sinal de respeito ao livre debate,  quando os editores de uma revista fazem uma edição especial de uma revista pra criticar o trabalho de um/a único/a autor/a, via de regra, chamam o/a criticado/a pra ler as respostas e publicar sua própria resposta na mesma revista. Isso é a coisa mais comum, mas não aconteceu nesse caso. O Prof. Ewell não foi nem comunicado.

Se a ideia era se defender da acusação de racismo, o jeito que essa publicação foi feita só piorou a situação para os “schenkerianos”. A própria Sociedade de Teoria Musical dos EUA lançou uma nota condenando o ocorrido na edição da revista como uma tentativa de silenciar o debate sobre racismo na teoria musical. Os alunos do curso de Música da Universidade do Norte do Texas, onde a revista tem sua sede, também publicaram uma carta ao reitor da universidade pedindo o encerramento da revista, entre outras providencias. Os professores do curso de Música também lançaram uma nota condenando o ocorrido. Diversas outras universidades fizeram o mesmo, como a Universidade de Yale. Nesse momento, a revista está sob investigação da própria universidade que considera a possibilidade de “fechar” a revista por infringir preceitos básicos da prática científica.

Um professor de teoria musical investigado por racismo

Nos 15 artigos em defesa de Schenker e de seu método de análise, tem aqueles que reconhecem que a abordagem de análise de Schenker possui suas limitações e pode ter contribuído para a supremacia branca no campo da teoria musical (uma supremacia que tem consequências bastante concretas no campo da Música como as que já apresentei aqui). Mas a maioria é de autores e autoras negando que ele ou seu método sejam racistas.

Como a Profa. Dra. Megan Lavengood (Professora de Teoria Musical da Univ. de George Mason – EUA) analisou em seu blog, as respostas a Ewell passam por aqueles que dizem ser necessário entender o contexto e que Schenker é produto do seu tempo. Há quem diga que Schenker não era racista só com negros (ele também odiava japoneses e ingleses, entre outros) e, além do mais, ele era judeu, então, dá pra relevar. Há quem tenha defendido que é só uma questão de trazer obras de pretos e outras raças para serem analisadas pelo método schenkeriano pra tornar mais diverso e alguns até disseram que era trabalho do Ewell fazer esse tipo de coisa. David Beach sugeriu em seu artigo que o “Sr. Ewell pare de reclamar de nós pessoas brancas e faça análises sofisiticadas do trabalho de compositores negros”.

Mas um dos autores teve destaque nessa história. O Prof. Dr. Timothy Jackson é um dos editores da Revista de Estudos Schenkerianos e o autor de um dos artigos mais controversos entre as 15 respostas que a palestra de Ewell recebeu. Jackson, em sua resposta a Ewell, diz que sua palestra era  mais uma amostra de um “antissemitismo negro” (porque Schenker era judeu) que, segundo ele, é comum entre a comunidade preta dos EUA (sem citar dados pra sustentar essa afirmação). Disse também que a razão pela qual há poucos negros e negras na subárea de Teoria Musical é porque “poucos  cresceram em lares onde a música clássica era profundamente valorizada”, o que não aconteceu em sua própria família que, segundo o próprio Jackson, é uma família de trabalhadores judeus que preza pelas grandes obras. Como você pode imaginar, não pegou bem.

Prof. Dr. Timothy Jackson

O Prof. Jackson foi acusado de racismo por diversos autores da área e a universidade abriu investigação contra ele em agosto 2020. Nesse tempo, a Fundação pelos Direitos Individuais em educação lançou uma carta defendendo o Prof. Jackson em nome da liberdade de expressão.

Sim. Esse filme você já viu. A sociedade estadounidense que sempre teve a questão racial como uma questão supersensível e sempre se dividiu entre pessoas defendendo a liberdade de expressar-se racista e aqueles que entendem que é preciso reconhecer que existe um problema de desigualdade e defendem ações afirmativas. Esse episódio de denúncia do racismo na Teoria Musical é mais um capítulo dentro dessa longa história de segregação que vem desde a escravidão, passando pela guerra civil que dividiu o país entre sul e norte (pelo direito de escravizar ou não), as leis de segregação (lei Jim Crow) e os sempre constantes assassinatos de negros por policiais sem qualquer justificativa.

E, num cenário como esse, claro que a discussão não ficaria restrita à academia.

As redes sociais amplificando a discussão

Não demorou muito para esse debate se espalhar pela internet rompendo a bolha dos acadêmicos da Música. O Twitter foi uma importante plataforma para promover a discussão, marcada pela #MusicTheorySoWhite (tradução: #TeoriaMusicalBrancaDemais). O que se iniciou como tuítes de musicólogos que acompanhavam a discussão de perto a partir das universidades foi tomando corpo entre outros interessados em Música e alcançou youtubers músicos com muita visibilidade. O primeiro vídeo foi publicado pelo canal 12 tones que, com mais de 300 mil inscritos e, hoje, mais de 95 mil visualizações, lançou seu vídeo discutindo o quão bom músico foi Beethoven. No vídeo não há referência à palestra de Ewell e sua repercussão, mas estava completamente dentro do tema (quem decide quais músicos entram pra galeria de “gênios da música”?) e, claro, o assunto estava se espalhando pelas redes sociais.

Quando o youtuber Adam Neely lançou o vídeo Teoria Musical e Supremacia branca em setembro de 2020, aí é que a coisa perdeu o controle de vez. O canal de Adam Neely é um dos maiores sobre música no Youtube. Ele é um músico de jazz que documenta sua vida de músico em Nova York e discute questões de teoria musical, história e outros em seu canal há mais de 11 anos (um dos pioneiros na plataforma). Seu canal tem mais de 1 milhão e 150 mil inscritos e o vídeo teve mais de 755 mil visualizações (com nada menos que 10 mil “dislikes”).

Em seu vídeo, Neely apresenta trechos da entrevista que fez com o próprio Prof. Ewell, apresenta de forma muito interessante as questões de racismo na teoria musical e, de quebra, indica canais de teoria musical que não são baseados na teoria musical tradicional (branca), como o canal da musicista indiana Anuja Kamat que explica no Youtube conceitos e práticas da teoria musical da música indiana (super recomendo). O vídeo todo é construído em cima da ideia de que, quase sempre que, na nossa sociedade, falamos a expressão “teoria musical”, podemos trocar ela pela expressão “o estilo harmônico dos músicos europeus do século 18”, sem grande prejuízo, já que a teoria musical que ensinamos explica muito bem a música de Bach, Mozart e Beethoven, mas nem tanto as demais.

Óbvio que o assunto estourou e, se você pesquisar no Youtube por vídeos intitulados “resposta a Adam Neely” (response to Adam Neely), vai ver algumas dezenas de respostas de outros youtubers, geralmente negando que haja racismo na teoria musical que conhecemos ou mesmo acusando Neely de querer “cancelar Beethoven”.

O fato é que a questão chacoalhou bastante os países de língua inglesa (onde esse conteúdo circulou sem a barreira da língua) e segue sendo discutido. No Brasil, diversos impactos podem ser sentidos: em primeiro lugar, o evento organizado pela Unirio que convidou o Prof. Ewell para dar sua palestra pra gente (já coloquei o link lá em cima) e depois o site Rimas e Batidas publicou um texto sobre o vídeo de Adam Neely. Na semana passada, com algumas horas de diferença o canal do Thiagson publicou seu vídeo racismo na música com base na palestra do Prof. Ewell associada com uma entrevista muito interessante com o trombonista Hélio Augusto Zulu (aluno da Unicamp) sobre as dificuldades de ser negro no mundo da música clássica e eu publiquei o texto Por que os “gênios da música” são alemães: 5 razões pra entender, onde, inspirado por Ewell e Neely discuto as questões sócio-musicais por trás da supremacia germânica na música de concerto.

Claro que me sinto bastante orgulhoso de ter ajudado a amplificar a questão e sei que há espaço pra muitos outros se expressarem sobre o assunto. Essa questão não pára por aqui e pode vir a ter importantes consequências nas reformulações dos currículos dos cursos de Música em escala global. Essa é a razão pela qual 2020 que já é um ano a ser lembrado por todos que o viveram terá também um lugar especial na história da música. Seja lá pra onde os impactos desse debate nos levará, o fato é que esse ano marca o momento em que o assunto se populariza e entra pra pauta dos estudos sobre Música de uma outra forma (agora, com muito mais reverberação pra fora dos muros da universidade).

E você? O que pensa sobre tudo isso?

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23 comentários em “A teoria musical é racista? 3 razões pra entender por que 2020 entrará pra história da Música”

  1. Nossa, que história incrível! A mim não resta dúvida: o racismo é estrutural e, assim, influencia e modula as mais diversas áreas, não seria diferente na teoria musical. A discussão é extremamente relevante e espero que de fato provoque mudanças nos currículos.

  2. Não considero a Teoria da Música racista. O que falta aos professores dessa teoria é um mínimo de criatividade para acessar exemplos variados a fim de ilustrar os vários assuntos teóricos. No mais, esperemos que o professor Phillip Ewell não fique apenas na leitura e análise daqueles sete livros mais citados por seus colegas, mas escreva, ele mesmo, livros que se torne uma referência na subárea de Teoria da Música.

  3. Não considero a Teoria da Música racista. O que falta aos professores dessa teoria é um mínimo de criatividade para acessar exemplos variados a fim de ilustrar os vários assuntos teóricos. No mais, esperemos que o professor Phillip Ewell não fique apenas na leitura e análise daqueles sete livros mais citados por seus colegas, mas escreva, ele mesmo, livros que se tornem uma referência na subárea de Teoria da Música.

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