Para os curiosos e curiosas que acompanham o blog, vai aí uma sugestão de escuta pra atiçar ainda mais sua curiosidade sobre tudo o que é possível de se fazer nesse mundo maravilhoso da música (vídeo no fim do post).
O grupo STOMP já é bem conhecido por ser um grupo que se propõe a fazer música com fontes sonoras pouco comuns e já tinha criado uma peça com bolas de basquete antes do vídeo acima, como você pode ver aqui. O Youtube está repleto de vídeos nos quais o grupo britânico simplesmente bagunça a cabeça de quem ainda acha que música só se faz com “instrumentos musicais”. Sim, estou te indicando que procure pelo STOMP no Youtube porque se você só escutar o áudio vai perder muita coisa das suas performances que exploram uma série de coreografias e recursos visuais. Vassouras, panelas, água e o próprio corpo são só uma parte das fontes sonoras que esse grupo explora pra fazer música (confira o canal do grupo no Youtube).
Já o Harlem Globtrotters é uma equipe de basquete cuja marca não é simplesmente disputar partidas, mas, principalmente, mostrar, através de performances cheias de acrobacias, coisas que você nem imaginava que era possível de se fazer com uma bola de basquete (confira o canal do Harlem Globtrotters no Youtube). Quem viveu a década de 1990 como eu, pôde acompanhar o que era o Brasil se tornar um país muito ligado no basquete. Não só porque tínhamos Oscar, Hortência e Paula jogando basquete pelo Brasil e disputando olimpíadas e mundiais com bons resultados, mas porque, nos EUA, o Chicago Bulls estava simplesmente arrasando todo mundo com seu time incrível liderado por Michael Jordan e Scott Pipen. Nessa época em que, na cabeça dos brasileiros, bonés de times de basquete estadounidense viraram moda, o Harlem Globtrotters lotou muitos ginásios da nossa terrinha e deixou muito queixo caído por onde passou.
Esse vídeo que vocês conferem aqui no Música para Curiosos registra essa parceria inusitada, mas que, dado o talento de ambos os grupos para fazer cair queixos, não tinha como dar errado.
Note que há, basicamente três tipos de sons explorados nessa música:
- o som da bola quando percute o chão;
- o som da bola quando volta para a mão
- O som gerado pela mão percutindo a bola e;
- o som da bola quando bate uma superfície diferente do chão (a parede ou a tabela de basquete)
Com isso, já dá pra você perceber que não é tão complicado assim pra começar a criar suas próprias batidas usando bolas como a de basquete. Se você gostou dessa ideia, começa a observar os detalhes de como os músicos/jogadores produzem os sons que necessitam para a música. Você pode observar que eles se agacham (diminuindo a distância da mão para o chão) quando precisam executar muitas batidas com curto espaço de tempo entre uma e outra.
É música pra se ver, é basquete pra se ouvir,… é perda de tempo querer classificar. Põe o fone de ouvido aí (recomendo sempre) e curte.
Rafael Rodrigues da Silva é músico, pai e louco por bolo de chocolate. Ele também é professor do curso de Música da Universidade Federal do Pampa e foi professor de Artes em escolas públicas por mais de 6 anos. Doutor em Música e Mestre em Educação e curioso desde que se conhece por gente, adora pesquisar e pensar sobre como as músicas nos afetam como pessoas e como sociedade.